
20 de maio 13ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo
Dessa forma, a 13ª edição da Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, que acontecerá em 2022, tem como provocação inicial central a RECONSTRUÇÃO. Parte-se da ideia de reconstruir, reformular e renovar as relações dos grupos sociais com seus espaços domésticos, dos cidadãos com os espaços públicos e das tramas pessoais e profissionais, que ocorrem nos espaços de confinamento e nos de uso coletivo, durante e após a pandemia da COVID-19.
A RECONSTRUÇÃO nos convida a repensar problemas e soluções em diferentes aspectos. Para melhor compreender essa questão, lançamos diretrizes preliminares que nos orientaram na proposição das bases deste evento nacional. A questão da democracia propõe uma reflexão crítica sobre como garantir e estimular práticas políticas nos espaços urbanos num contexto global e num país que enfrenta ameaças de recessão democrática. Pensar em como tornar as cidades mais acessíveis, seguras, acolhedoras, atraentes, mas também um lugar onde os contrastes e conflitos são latentes, discutindo questões sobre a presença de diferentes classes sociais, raças e géneros. Também se propõe a propor soluções inovadoras em relação ao planejamento e à gestão democrática, a partir de experiências ligadas ao território.
O eixo Corpos lança a discussão sobre a relação entre o espaço e questões como interseccionalidade, vulnerabilidades e políticas sociais. Sugere-se uma reflexão sobre como garantir práticas coletivas diante de problemas de saúde pública, discriminação, violência e violação de direitos, a fim de repensar como garantir o acesso, a convivência e o trânsito das pessoas nas cidades. Anuncia também a urgência de garantir programas específicos para grupos específicos, como crianças, jovens, idosos, pessoas com necessidades especiais, especialmente em territórios vulneráveis em meio à crise imposta, ampliando o debate sobre as vulnerabilidades dos corpos nos fluxos pela cidade. Em relação aos espaços arquitetônicos, propõe também uma reflexão sobre a flexibilização dos espaços domésticos, profissionais e institucionais frente ao desafio de garantir a diversidade de usos e a saúde coletiva no contexto de isolamento e retomada de atividades.
Entendendo a Memória como o agente coletivo que nos confronta com a estranheza de um mundo novo e nos conforta em relação à sua permanência, mas também como um processo de permanente reelaboração desse passado no presente e que tem a propriedade de preservar ou apagar determinadas informações, lançamos o desafio de compreender como utilizar a pré-existência para a reinvenção do quotidiano das cidades. Este eixo pretende ainda refletir sobre como a arquitetura e as infra-estruturas urbanas podem colaborar na construção de uma memória colectiva que torne mais acolhedor o processo de (re)ocupação, (re)construção e (re)significação das cidades.
Nesse sentido, a Informação abre horizontes para o debate sobre políticas urbanas e sociais a partir de um tema que toca todos os aspectos da vida contemporânea, mas ainda é restrito a especialistas. Propomos lançar luz sobre questões de privacidade e proteção de dados, bem como experiências com modelos de governança de dados públicos e privados na gestão de corpos e práticas cotidianas, estimulando o debate sobre mapeamento colaborativo, reconhecimento facial, discriminação algorítmica, internet das coisas e urbanismo, ciência de dados na perspetiva da governança das cidades.
A discussão sobre ecologia propõe uma reflexão sobre o planejamento das cidades que esteja atento ao equilíbrio ambiental e ao desenvolvimento de atividades produtivas, com foco na qualidade de vida de sua população a partir de questões como mudanças climáticas, cidades de baixo carbono, agricultura urbana e segurança alimentar.