27 Jul II Fórum Internacional de Conselhos, Ordens e Entidades de Arquitectura e Urbanismo
As experiências de diferentes países e regiões na promoção e regulamentação da Arquitectura e Planeamento Urbano foram a principal atracção do segundo dia do II Fórum Internacional de Conselhos, Ordens e Entidades de Arquitectura e Planeamento Urbano.
Organizações de arquitectos de todo o mundo apresentaram a forma como a profissão de arquitecto é exercida sob diferentes regras e contextos regionais, no debate "Mobilidade Profissional e Transformações do Mundo Digital".
O II Fórum Internacional tem lugar na Embaixada de Portugal em Brasília.
NOVAS FRONTEIRAS
O presidente da Federação dos Arquitectos Pan-Americanos (FPAA), Gerardo Montaruli, falou sobre a organização que representa arquitectos de 32 países das Américas. "O nosso objectivo é a possibilidade de uma hiperligação na região. Fizemos um programa estratégico 2020-2024, centrado na procura permanente de mobilidade, mais formação e educação". O arquitecto argentino pretende transformar a associação numa grande plataforma de dados, ligando universidades, bibliotecas, museus e bienais de arquitectura. "Podemos estabelecer um mapa do que está a acontecer no nosso território", disse ele.
Para opresidente da União Internacional de Arquitectos (UIA), José Luis Cortés, esta união entre os arquitectos presentes no evento é fundamental para enfrentar os desafios de hoje. "Temos de estar unidos porque a única forma de podermos cuidar do nosso planeta é através da integração. Separados, não podemos ser notados. Teremos diferenças, somos plurais, mas o que nos une é a intenção de melhorar a arquitectura e a qualidade de vida das pessoas. Não podemos perder isso de vista", disse ele.
O arquitecto mexicano destacou alguns princípios básicos para a internacionalização. "Temos de melhorar a nossa profissão, os nossos princípios éticos e o nosso nível de responsabilidade. A graduação é apenas a base, a arquitectura é aprendida na prática, no nosso desejo de melhorarmos a nós próprios. Se não nos actualizarmos, não seremos competitivos", disse ele. "Para partilhar experiências com outros países, temos de saber o que podemos oferecer. Temos de mostrar ao mundo as vantagens competitivas dos arquitectos brasileiros".
"Estas são palavras que nos inspiram a continuar a lutar pela Arquitectura no Brasil e no mundo. Estou muito comovido com a diversidade que temos no nosso país, e ainda hoje fomos assistidos por histórias de irmãos da América e África, com vários pontos em comum que nos unem", disse a presidente da CAU Brasil, Nadia Somekh. "Temos de ir juntos, unidos. Com diferenças, mas com unidade. Procuraremos acções e soluções concretas.
Nos Estados Unidos, o National Council of Architectural Registration Board (NCARB), o organismo responsável pelo registo de arquitectos nos Estados Unidos, está a preparar um novo programa de mobilidade para profissionais de outros países para trabalharem no país. A informação foi fornecida pelo vice-presidente de Experiência e Educação da entidade, Harry M. Falconer Jr., em participação por videoconferência. "Este ano abrimos uma mesa de negociações com 13 organizações de nove países. "É muito importante e a ajuda de todos para conseguir esta regulamentação internacional. Precisamos de saber como podemos ter competências e uma técnica de avaliação que nos permita ter uma prática global".
O presidente da Federação das Associações de Arquitectos da República Mexicana (FCARM), Marco Antonio Vergara Vásquez, referiu-se ao acordo de mobilidade profissional que o México tem com os Estados Unidos e o Canadá. Assim, é comum os arquitectos mexicanos obterem o registo noutros países norte-americanos. "Estamos actualmente a trabalhar com a União Europeia e o Reino Unido em acordos de registo recíproco.
O arquitecto português Rui Leão, presidente do Conselho Internacional dos Arquitectos de Língua Portuguesa (CIALP), destacou a experiência de arquitectos de África e Macau que vieram ao Brasil para estágios internacionais de Assistência Técnica em Habitação Social (ATHIS). Desenvolvido pelo arquitecto brasileiro Gilson Paranhos, o programa atraiu jovens arquitectos para servirem nas favelas de Brasília, juntamente com a equipa do Governo do Distrito Federal. "Queremos fazer programas como este novamente, porque permitiu um intercâmbio muito importante entre profissionais", disse ele.
De Portugal, o Professor Hugo Farias, representante da Academia das Escolas de Arquitectura e Urbanismo da Língua Portuguesa, falou sobre os planos de internacionalização da organização, que reúne mais de 50 escolas do Brasil, Macau, Angola, Cabo Verde, Moçambique e Portugal. Este ano, em Dezembro, o 5º Seminário da organização terá lugar em Brasília, e espera-se para breve um Concurso Internacional de Arquitectura e Urbanismo para estudantes.